3 motivos que fazem as mulheres retirarem a prótese de silicone


Preocupações estéticas, questões de conforto e possíveis complicações fazem com que pacientes procurem por explante mamário

Apesar da popularidade da mamoplastia de aumento, há uma crescente tendência de retirada das próteses de silicone Apesar da popularidade da mamoplastia de aumento, há uma crescente tendência de retirada das próteses de silicone Imagem: GagliardiPhotography | Shutterstock

O aumento mamário por meio do implante de próteses de silicone, conhecida como mamoplastia de aumento, é uma das intervenções cirúrgicas mais populares em todo o mundo, especialmente no Brasil. Em contrapartida a essa tendência, há um crescente número de pessoas optando por remover suas próteses de silicone. Celebridades como Pamela Anderson, Victoria Beckham, Carolina Dieckmann e Giovanna Antonelli são exemplos marcantes desse fenômeno.

“O padrão de beleza já não é mais o mesmo de anos atrás. Se antes a busca era por seios grandes, hoje o objetivo é a naturalidade. Atualmente, mesmo as pacientes que procuram a mamoplastia de aumento estão optando por próteses menores. E aquelas que anteriormente colocaram implantes maiores estão optando por trocá-los e, principalmente, retirá-los, procedimento conhecido como explante mamário”, afirma a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Mas, além da questão estética, existem alguns outros casos em que o explante mamário pode ser indicado, conforme a especialista pontua abaixo:

1. Conforto

Assim como ocorre em pessoas que possuem seios naturalmente muito grandes, pacientes que optaram pelo implante de próteses de silicone mais volumosas podem acabar sentido certo desconforto com o passar dos anos, especialmente conforme o corpo passa pelas transformações que ocorrem naturalmente devido ao processo de envelhecimento.

“Seios muito grandes e pesados podem causar uma sobrecarga da coluna e da musculatura da região, causando dores, prejudicando a postura e favorecendo a distensão da pele. Então, se a paciente começa a sentir que o tamanho das próteses está atrapalhando sua rotina e qualidade de vida, é possível optar pelo explante mamário”, afirma a cirurgiã plástica.

2. Contratura capsular recorrente

Após o implante de silicone, o organismo forma uma cápsula ao redor da prótese. Em alguns casos, essas cápsulas endurecem e até se tornam dolorosas. “Nesses casos, podemos incisar a cápsula, para deixá-la mais maleável, ou então remover a cápsula com a prótese, que é então substituída por um novo implante”, afirma.

No entanto, “quando essa contratura capsular começa a ocorrer de maneira recorrente e em curtos espaços de tempo devido a uma reação exagerada do organismo, o mais recomendado é remover a prótese definitivamente por meio do explante mamário”, diz a Dra. Beatriz Lassance, que acrescenta que a ruptura das próteses também exige que sejam retiradas ou trocadas.

“Estatísticas mostram que as chances de problemas como ruptura e contratura capsular aumentam após cerca de 10 anos. Então, após esse período, é recomendado que as próteses sejam trocadas, ainda que exista a chance de nada acontecer”, afirma.

A necessidade de retirada das próteses de silicone pode ser devido a complicações como a síndrome ASIA e o linfoma BIA-ALCL Imagem: BearFotos | Shutterstock

3. Doenças do “silicone”

Problemas como a síndrome ASIA e o linfoma anaplásico de células grandes (BIA-ALCL) podem estar relacionados ao implante de próteses de silicone, exigindo sua retirada. Mas a Dra. Beatriz Lassance afirma que não devem ser motivo de preocupação para quem já fez ou pretende fazer a mamoplastia de aumento. “Esse assunto ganhou destaque nos últimos anos, gerando grande receio nas pacientes. Mas, na realidade, são casos extremamente raros e ainda há pouca evidência científica sobre sua real causa”, diz a especialista.

A médica explica que a síndrome ASIA ocorre quando substâncias estranhas ao corpo humano, incluindo o silicone e até vacinas, desencadeiam uma reação imunológica que faz com que o organismo ataque a si, causando o aparecimento de complicações inflamatórias e autoimunes locais e generalizadas, com sintomas como fadiga crônica, dor articular e muscular e fraqueza muscular. 

Já o linfoma BIA-ALCL é um câncer de crescimento muito lento e que não leva à metástase, cuja causa ainda não é conhecida, podendo estar relacionado a bactérias, à prótese ou a fatores genéticos. “Mas, caso essas doenças realmente tenham sido desencadeadas pelas próteses de silicone, o tratamento na maioria dos casos consiste simplesmente na remoção da prótese mamária”, afirma a médica.

Como é feito o explante de silicone?

Ao contrário do que muitos pensam, não basta simplesmente retirar a prótese. “Quando retiramos a prótese, há uma diminuição deste volume, então a pele também deve ser tratada, caso contrário ficará flácida. É como um balão que, quando esvaziado, não retorna à forma inicial”, diz a médica, que explica que a quantidade de pele que precisa ser retirada depende de fatores como o tamanho da prótese e da glândula mamária.

“Vale lembrar que, quanto maior a quantidade de pele que precisa ser retirada para dar forma à mama, mais significativas serão as cicatrizes resultantes”, destaca. Além disso, em alguns casos, como quando a paciente tem uma glândula mamária muito pequena, é necessário também preencher a mama com enxerto de gordura retirada da própria paciente por meio de lipoaspiração.

“A retirada da prótese é realmente simples, mas a modelagem da nova mama pode ser demorada. E quanto maior for a cirurgia necessária para modelar a mama após a retirada da prótese, maiores serão os cuidados perioperatórios”, finaliza a Dra. Beatriz Lassance.

Por Guilherme Zanette





Fonte: Jovem Pan

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