Veja como prevenir e tratar a gordura no fígado


A esteatose hepática afeta milhões de brasileiros e, se não tratada, pode evoluir para condições graves

A esteatose hepática ocorre quando o fígado acumula gordura, podendo causar inflamação e graves complicações A esteatose hepática ocorre quando o fígado acumula gordura, podendo causar inflamação e graves complicações Imagem: Evan Lorne | Shutterstock

A esteatose hepática, também conhecida por muitos como “gordura no fígado” ou “fígado gordo”, ocorre quando o órgão acumula gordura em suas células e espaços, resultando em um aumento de volume. Em casos mais graves, esse acúmulo pode provocar inflamação, resultando em hepatite gordurosa, cirrose hepática e, nos casos mais críticos, câncer. De acordo com Ministério da Saúde, a doença atinge aproximadamente 30% da população brasileira. 

Segundo o Dr. Lucas Nacif, médico cirurgião gastrointestinal e membro titular do Colégio Brasileiro De Cirurgia Digestiva (CBCD), parte dessa população é jovem. “Infelizmente, estou recebendo um número crescente de jovens com diagnóstico de esteatose hepática. Isso se dá ao estilo de vida inadequado e da má alimentação, e é bastante preocupante, pois a doença, antes vista principalmente em uma população mais adulta, agora afeta a mais jovem”, alerta Nacif.

É o que também mostra uma pesquisa recente da American Association for the Study of Liver Diseases (ou Associação Americana para o Estudo de Doenças do Fígado, em português). O estudo publicado no ano passado mostrou que a América do Sul foi o continente que registrou o maior aumento de adolescentes com esteatose hepática metabólica, ou seja, acúmulo de gordura no fígado, em 29 anos.

Quando a gordura no fígado ultrapassa 5% do volume, o risco de inflamação e complicações hepáticas aumenta Imagem: freshcare | Shutterstock

Entenda quando essa gordura se torna preocupante 

Segundo o médico, a presença de uma pequena quantidade de gordura no fígado é normal, mas quando essa infiltração excede 5% do volume do órgão, surgem complicações mais sérias. “Até este ponto, a quantidade de gordura no fígado é considerada amena (ou esteatose leve) e geralmente não causa danos. Porém, quando a infiltração de gordura ultrapassa esse limiar, atingindo valores acima de 30% ou associados a outras comorbidades, o risco de desenvolver inflamação e outras complicações hepáticas aumenta consideravelmente “, explica. 

O médico explica como funciona o fígado. “Veja, o nosso fígado conta com funções essenciais, como o armazenamento de vitaminas (A, D, K, E), ferro e cobre, a regulação da glicose e dos níveis de colesterol, a produção de fatores de coagulação e bile, e a conversão de amônia em ureia, eliminada pela urina. Ele é como um laboratório do corpo, responsável por diversas funções vitais que mantêm nosso organismo em equilíbrio, e por isso precisa estar completamente saudável”, ressalta o Dr. Lucas Nacif. 

Conheça os sinais de um fígado gorduroso e como prevenir a condição

O médico explica que para entender os sinais de um fígado gorduroso, é preciso entender que existem três graus de esteatose hepática. O grau 1 é a deposição leve de gordura. O grau 2 tem uma deposição moderada e no grau 3, a deposição de gordura é acentuada.

A esteatose não está associada aos sintomas, mas quando associada à síndrome metabólica, a inflamação pode evoluir para casos graves, incluindo pele e olhos amarelados, acúmulo de líquido abdominal (ascite) e hematomas, e o diagnóstico é feito por meio de exames médicos regulares, como ultrassom abdominal e testes de função hepática (TGO, TGP, Gama GT).

Felizmente, é possível prevenir. Nacif enfatiza que a prevenção e o tratamento da esteatose hepática envolvem mudanças bruscas no estilo de vida. “O paciente deve evitar o consumo de álcool, pois ele danifica as células do fígado. Além de adotar uma alimentação saudável, como a dieta mediterrânea, rica em fibras, vegetais, proteínas magras, azeite de oliva e grãos integrais, e buscar manter um peso saudável através de uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares”, conclui. 

Por Luana Farias





Fonte: Jovem Pan

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