10 dicas para usar repelente em crianças de maneira segura


Alguns cuidados são importantes para proteger os pequenos dos mosquitos e de intoxicação

O repelente deve ser usado com cautela em crianças O repelente deve ser usado com cautela em crianças Imagem: Tatevosian Yana | Shutterstock

No verão, a proliferação do Aedes aegypti se intensifica, elevando os riscos de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. Essas doenças podem causar sintomas graves e demandam atenção especial, principalmente em crianças, que estão mais vulneráveis a complicações. Para reduzir o risco de picadas de mosquitos, o uso de repelentes é uma das medidas mais eficazes de proteção. No entanto, é essencial escolher produtos adequados e utilizá-los corretamente.

Repelente para cada idade

Fabíola La Torre, coordenadora médica da Linha Pediátrica do Hospital e Maternidade São Luiz Osasco, da Rede D’Or, destaca que nem todos os repelentes são indicados para crianças de qualquer idade. “Para bebês menores de seis meses, a recomendação é evitar o uso de repelentes químicos e apostar em barreiras físicas, como roupas compridas e mosquiteiros”, explica.

Dos seis meses a dois anos, o ideal é continuar evitando o repelente. “Se houver necessidade, prefira usar o produto na roupa da criança antes de vesti-la. Opte por repelentes à base de permetrina, menos tóxico do que o DEET”, orienta a médica.

Para crianças acima de dois anos, o uso de repelentes à base de DEET, icaridina ou IR3535 é permitido, mas com restrições. “O DEET deve ter concentração máxima de 10% e o de icaridina, até 25%”, acrescenta a especialista.

Aplicando o repelente corretamente

Além de escolher o produto certo, é importante seguir algumas recomendações para garantir a eficácia e segurança do repelente. “O ideal é aplicar o produto apenas nas áreas expostas do corpo, evitando mãos, olhos e boca. Também não se deve passar por cima de ferimentos ou usar em excesso”, alerta Fabíola La Torre.

Outro cuidado essencial é reaplicar o repelente conforme o tempo de duração indicado na embalagem, especialmente em dias muito quentes ou após contato com água. “Outros repelentes naturais, como citronela e andiroba, podem ser usados, mas a sua eficácia é baixa”, destaca a pediatra.

É importante observar se a criança apresenta sintomas de alergia ao repelente Imagem: Elizaveta Galitckaia | Shutterstock

Fique atento aos sintomas

Caso a criança apresente sintomas como irritação na pele, vermelhidão, coceira intensa, dificuldade para respirar ou tontura após o uso do repelente, é importante suspender a aplicação e procurar atendimento médico imediatamente. “Esses sinais podem indicar uma reação alérgica ou intoxicação, e a avaliação de um profissional é fundamental para evitar complicações”, orienta Fabíola La Torre.

Em casos emergenciais, como a ingestão de repelentes ou inseticidas, é possível acionar o SAMU (192) ou o Disque-Intoxicação (0800-722-6001), canal de comunicação criado em 2005 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Uso seguro do repelente

Abaixo, Fabíola La Torre destaca 10 dicas para o uso seguro dos repelentes em crianças:

  1. Não use repelentes tópicos em bebês menores de dois meses. Sempre verifique a indicação de idade na embalagem e siga as instruções do fabricante;
  2. Aplique apenas nas áreas permitidas e evitando pele ferida, irritada e mucosas (olhos, boca, nariz e genitais);
  3. Para o rosto, passe primeiro nas mãos e depois espalhe com cuidado;
  4. Não aplique nas mãos das crianças para evitar ingestão acidental e não permita que elas apliquem sozinhas;
  5. Utilize a quantidade recomendada e reaplique conforme orientação do fabricante;
  6. Não combine com protetor solar, pois reduz a eficácia de ambos;
  7. Evite que a criança durma com repelente no corpo;
  8. Mantenha o produto fora do alcance das crianças e longe de alimentos;
  9. Sempre lave as mãos após o uso;
  10. Em caso de irritação, lave a área afetada e procure um médico ou serviço de intoxicação. Leve a embalagem do produto para facilitar o atendimento.

A médica lembra ainda que a forma mais segura é dar preferência aos métodos físicos de proteção, como telas nas janelas e nas portas, mosquiteiros e roupas longas. “Use o repelente pelo menor período possível e retire no banho, com água e sabão, após passada a situação de risco”, alerta a coordenadora do São Luiz Osasco.

Evitando a proliferação do mosquito

Outro ponto essencial é prevenir a proliferação de mosquitos com ações simples, como eliminar recipientes que acumulam água parada, como vasos de plantas e pneus, manter caixas d’água e reservatórios sempre fechados e os quintais limpos. “A prevenção deve ser feita de maneira combinada. Quanto mais barreiras criarmos contra o mosquito, menor o risco de transmissão das doenças”, conclui a pediatra.

Por Samara Meni





Fonte: Jovem Pan

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