5 mitos e verdades sobre a adenomiose
Médico esclarece informações sobre doença que atinge as paredes musculares do útero
Abril é o mês da conscientização da adenomiose, doença em que o tecido endometrial cresce dentro das paredes musculares do útero. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição atinge uma em cada 10 mulheres no mundo durante o período reprodutivo.
Conforme o Dr. Thiers Soares, ginecologista especialista em adenomiose, endometriose e miomas, os principais sintomas da doença são dor pélvica intensa durante a menstruação, sangramento uterino anormal, problemas menstruais mais intensos e prolongados, aumento do volume uterino, dor durante a relação sexual e infertilidade.
A seguir, o médico esclarece os principais mitos e verdades sobre a adenomiose. Confira!
1. A adenomiose pode provocar infertilidade
Verdade. Se não for tratada, a adenomiose pode levar à infertilidade porque o crescimento irregular do tecido endometrial no miométrio (camada da parede uterina formada por fibras de músculo liso) pode danificar e até impedir a implantação do embrião. Diagnosticar a doença é essencial para iniciar o tratamento e prevenir cicatrizes e outras complicações uterinas que levam à infertilidade.
2. A adenomiose é câncer
Mito. A adenomiose é uma doença classificada como benigna e pode ocorrer em diferentes graus em cada mulher. No entanto, não há conexão entre adenomiose e câncer.
3. Adenomiose e endometriose são a mesma coisa
Mito. A adenomiose é uma doença uterina, e a endometriose é uma doença extrauterina. As duas são definidas pela existência de focos de tecido similares ao endométrio em outras áreas e crescem sob estimulação estrogênica.
4. A adenomiose causa ganho de peso
Mito. Em alguns casos, a adenomiose pode causar distensão abdominal porque a doença provoca inflamação dos intestinos, o que altera o ritmo dos intestinos. A própria inflamação leva ao inchaço do abdômen. Ou seja, a condição não causa ganho de peso, mas pode ocorrer aumento abdominal.
5. Existem outras opções de tratamento além da histerectomia
Verdade. A histerectomia é um procedimento cirúrgico em que o útero é completamente removido. Representa uma opção de tratamento definitivo para a adenomiose, sendo preferida uma abordagem cirúrgica minimamente invasiva, permitindo menor tempo de internamento e recuperação após a cirurgia, embora também possa ser realizada por meio de uma técnica tradicional, a laparotomia.
Vale reforçar que o procedimento só é indicado para pacientes que não desejam mais engravidar. Outras opções de tratamento incluem medicamentos anti-inflamatórios não esteroides e terapia hormonal.
Por Beatriz de Lima Fernandes