5 situações em que a prática de atividades físicas gera dúvidas
Enquanto alguns quadros de saúde se beneficiam dos exercícios, outros exigem descanso
Algumas questões de saúde costumam ser recorrentes no dia a dia, desde cólicas e gripes até ressaca e dores nas costas. Para quem está acostumado a se exercitar, ao sentir algum incômodo pode surgir a dúvida se é recomendado continuar treinando. As recomendações para cada quadro variam e, neste contexto, as atividades podem ajudar ou agravar os sintomas.
Abaixo, os especialistas Camila Braido, professora de ginástica da Bio Ritmo (rede de academia), Dra Joyce Ikedo e Dr Odilon Ribeiro, médicos da clínica de saúde Saludia, esclarecem as principais dúvidas. Confira:
1. Posso ir treinar se estiver com cólica?
Não há contraindicação para prática de exercícios físicos durante o período menstrual, contanto que não haja mal-estar e dores intensas. Pelo contrário: continuar com sua rotina ajuda no alívio dos sintomas, uma vez que a atividade física libera endorfina e ajuda na vasodilatação, mecanismo que leva mais nutrientes e oxigênio para o útero, contribuindo para a redução da dor.
Os médicos recomendam que a intensidade seja de leve a moderada, e a professora de ginástica concorda. Camila Braido, professora de ginástica, sugere optar por alongamento e exercícios aeróbicos que ajudam a reduzir o inchaço, como caminhada e bike, e atividades focadas na conexão corpo e mente, como ioga.
2. Quem sofre com dor de cabeça crônica pode fazer exercício físico?
A prática regular de atividades físicas com aumento de intensidade progressiva pode ajudar a ganhar condicionamento e melhorar o quadro de quem sofre cronicamente com a doença. Uma pesquisa do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), que desde 2008 avalia a ocorrência e os riscos de doenças crônicas, afirma que 150 minutos de exercícios por semana podem prevenir dores de cabeça como enxaquecas. Porém, em momentos de crise, movimentos podem agravar a dor, por isso é desaconselhado.
3. Dores nas costas é um impedimento para a prática de exercícios?
Alongamentos e fortalecimento muscular ajudam a prevenir o problema. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) a condição atinge 80% da população e está ligada ao sedentarismo, sobrepeso, envelhecimento e má postura. Ambos os médicos afirmam que o fortalecimento e o alongamento da musculatura podem ser uma opção de tratamento eficaz em muitos casos. Porém, em momentos de crise, é sugerido repouso.
Camila Braido, professora de ginástica, ressalta a importância dos exercícios para uma boa recuperação. “Após um diagnóstico médico, é muito importante trabalhar a região para prevenir doenças e minimizar sintomas. Alongamentos, ioga, pilates, além de treinos específicos para o core, os músculos da região central do corpo, são interessantes”.
4. Atividades físicas são recomendadas para pessoas com gripe?
A indicação depende dos sintomas da doença. Caso esteja melhor, atividades leves a moderadas estão liberadas, como caminhadas. Os doutores Joyce Ikedo e Odilon Ribeiro, no entanto, chamam a a tenção para a respiração, que deve ser um fator de atenção na recuperação de um paciente de gripe. Quando há febre, mal-estar e dor no corpo, o melhor é repousar para poupar energia.
“A recomendação seria descansar até apresentar melhora dos sintomas, e ir retomando os exercícios aos poucos e gradualmente. Por ser uma doença altamente transmissível, é importante que o paciente tente se isolar de contatos com outras pessoas o máximo possível, usando máscaras, e evitando aglomerações e ambientes fechados. Portanto, nada de visitas à academia”, alertam.
5. Exercícios físicos ajudam a curar a ressaca?
Durante a ressaca, o corpo apresenta desidratação e sintomas desagradáveis como dores de cabeça e mal-estar. Uma vez que as energias estão concentradas em eliminar as toxinas do álcool, é comum baixa disposição e concentração. A desidratação grave pode ocasionar tontura, fraqueza, desmaios e até convulsões. Sendo assim, praticar atividades físicas é desaprovado, segundo os especialistas.
Em todos os casos é importante haver a liberação médica para o treino, mas caso o paciente esteja fazendo o uso de medicamentos, se faz necessário, uma vez que alguns remédios não combinam com atividades físicas. Camila Braido acrescenta que, havendo liberação, é possível continuar com a rotina e alcançar os objetivos:
“O mais importante sempre é respeitar os limites do corpo. Quando há incômodo, dor, pare e investigue. Descanse. E ao retornar, faça aos poucos para não esgotar as energias e/ou causar um novo problema”, finaliza a professora.
Por Beatriz Aguiar